terça-feira, 25 de outubro de 2011

Inseticidas organoclorados

Este grupo de inseticidas tem como característica marcante, um prolongado efeito residual, tendo alta persistência no ambiente e por sua capacidade de se acumular nos seres vivos, principalmente, em humanos, além de seu efeito carcinogênico observado em animais de laboratório. Também são bastante estáveis quimicamente e possuem alta solubilidade lipídica.
São compostos de estrutura cíclicas, altamente resistentes aos mecanismos de decomposição dos sistemas biológicos.


Ação:
 
Excitação neuronal direta, especialmente SNC, causando estimulação, atividade muscular involuntária, alterações comportamentais, depressão dos centros respiratórios. Podem sensibilizar o miocárdio aos efeitos das catecolaminas endógenas predispondo arritmias. Muitos causam lesões hepáticas (indução microssomal) ou renais (menos freqüente), possivelmente devido à formação de metabólitos tóxicos. Além disso, alteram propriedades eletrofisiológicas e enzimáticas da membrana celular nervosa. 

Toxicidade:

Os organoclorados atuam basicamente no sistema nervoso central e no sistema de defesa do organismo causando sérias lesões hepáticas e renais. Alguns produtos desse grupo lesam o cérebro, outros os músculos do coração, a medula óssea, o córtex da supra-renal, o DNA, etc. A atividade estrogênica, estimulando a testosterona e propiciando a puberdade precoce, foi comprovada para o DDT. Alguns estudos têm evidenciado a atividade imunossupressora de certos produtos desse grupo e as alterações na conduta dos indivíduos . Casos de câncer em órgãos do aparelho digestivo, pulmão e rim foram registrados em pessoas contaminadas com HC. Estudos, realizados na Califórnia, indicaram que mulheres com altos níveis de DDE no corpo, possuem um risco quatro vezes maior de contrair câncer de mama. 

 
Sinais e sintomas:
Intoxicação Aguda
Após exposição oral, as manifestações surgem num período de 45 min a várias horas. Inicialmente, observa-se quadro gastrintestinal com náuseas, vômitos, diarréia, mal estar, tosse e dermatites. A estimulação do SNC ocorre com tontura, vertigens, cefaléia, alterações comportamentais, irritabilidade, desorientação, tremores, distúrbios da marcha (que evolui, nos casos graves, para fasciculações, tremores, espasmos e convulsões tônico-clônicas), parestesias (especialmente face, lábios e língua), hiperexcitabilidade evoluindo para coma e depressão respiratória. As alterações cardiovasculares variam de arritmias até fibrilação ventricular. Podem surgir sinais de hepatite (vários compostos são hepatotóxicos). A morte é freqüentemente decorrente de depressão respiratória.
Intoxicação Crônica
Perda de peso, fraqueza muscular, ataxia, cefaléia, irritabilidade, insônia, anemia e alterações hepáticas. Efeitos estrogênicos também podem ocorrer. Alterações de pele como fotossensibilização e dermatite.
 Tratamento:
  • Assistência respiratória (intubação, oxigênio) com monitorização cardíaca por, no mínimo, 6-8 h;
  • Na ingestão: A indução de vômitos está contra-indicada pelo risco de convulsão súbita e aspiração. Proceder a Lavagem Gástrica seguido de Carvão Ativado e catártico salino. Na ingestão de pequena quantidade, fazer uso imediato do Carvão Ativado sem Lavagem Gástrica; nos casos moderados a severos, fazer Carvão Ativado em doses repetidas na tentativa de diminuir a absorção e a circulação entero-hepática;
  • Não usar substâncias oleosas (catárticos, alimentos) pois aumentam a absorção dos organoclorados;
  • Não usar simpatomiméticos pelo risco de arritmias;
  • Exposições/contaminações em pele, cabelos, unhas, olhos e inalação, proceder a descontaminação específica.
  • Medidas sintomáticas e da manutenção:
  • Correção dos distúrbios hidreletrolíticos e acidose;
  • Propranolol: nas arritmias ventriculares;
  • Diazepam: nas convulsões;
  • Avaliação de funções hepática, renal e hematológica;
  • Assistência respiratória e antibioticoterapia: nos casos de pneumonia química.

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