sábado, 10 de setembro de 2011

Doping no esporte!


O Conselho Nacional de Esporte define como doping, de acordo com a Resolução 02/2004, “a substância, agente ou método capaz de alterar o desempenho do atleta, a sua saúde ou espírito do jogo, por ocasião de competição desportiva ou fora dela”. Por dopagem se entende a administração ao atleta, ou o uso por parte deste, de substância, agente ou método capaz de alterar o seu desempenho, prejudicar a sua saúde ou comprometer o espírito do jogo.
A busca pelo desempenho ótimo tem sido uma constante no esporte de alto rendimento. Para tanto, muitos atletas acabam utilizando drogas e métodos ilícitos, os quais podem ter importantes efeitos adversos. Considera-se infração por dopagem, o uso de substância proibida, ou a presença de seus metabólitos ou marcadores na urina ou sangue do atleta, o uso ou a tentativa de uso de substância ou método proibido, a adulteração ou tentativa de adulterar qualquer parte do controle de dopagem, a posse ilegal e o tráfico ilícito de qualquer substância ou método proibido.
A Agência Mundial Anti-Doping (WADA, World Anti-Doping Agency), composta igualmente pelos setores esportivos e governamentais do mundo todo, é a responsável pelo documento que aborda as políticas anti-doping em todos os esportes e em todos os países, o Código Mundial Anti-Doping. Anualmente, a WADA publica a Prohibited List, uma lista atualizada com substâncias e métodos proibidos no esporte.

A lista completa pode ser encontrada clicando AQUI.

A luta contra a dopagem compreende, idealmente, não só a programação de controles antidoping durante e fora de competições esportivas, mas especialmente uma conscientização e orientação dos atletas a respeito desta importante temática. No vídeo abaixo, produzido pela WADA, é explicado como se procede no recrutamento de atletas e coleta de amostras para fins de controle anti-dopagem.

 

Em estudo publicado em 2004, Rose e cols. apresentam um panorama da realidade do doping no esporte brasileiro. Ao consultar os dois únicos laboratórios de controle anti-doping do país, o Laboratório de Controle de Dopagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Laboratório de Análises Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo, os autores obtiveram os seguintes dados, conforme apresentado nas tabelas abaixo:



As substâncias encontradas nos exames em competição foram em sua maioria agentes anabólicos (anabólicos esteróides) (n = 8), sendo as demais: estimulantes (n = 6), diuréticos (n = 2), hormônios peptídicos (n = 1), canabinóides (n = 1) e narcóticos (n = 1). As drogas consideradas de "uso social" cujos metabólitos, devido às técnicas modernas de detecção, podem ser observados até por uma semana pela análise da urina do atleta, e que são também banidas pela legislação cível brasileira, como a benzoilecgonina (cocaína) e o THC (cannabis), perfizeram quase que a terça parte das drogas encontrada em competição. Neste sentido, chama a atenção o fato de o único caso positivo no fisiculturismo não ter sido pelo uso de anabolizante, que sabidamente melhora artificialmente a performance nesta modalidade, mas sim pelo uso de THC, o que evidencia mais uma vez o problema do uso de "drogas sociais" pelos atletas.
O baixo percentual de exames positivos detectados no controle antidoping apresentados no estudo não necessariamente apontam para a baixa utilização de substâncias e métodos pelos atletas brasileiros.  Em entrevista ao site da SporTv, o treinador Ricardo Cintra relata: “Posso afirmar, com convicção, que não há atleta de elite que não faça o uso de algum tipo de suplemento alimentar. Não é possível ter uma recuperação adequada entre treinos e competições sem o uso dos produtos”. A nutróloga Maria Vargas, especializada em alimentação de atletas, descorda: “Há estudos que comprovam que não há muita diferença de desempenho entre pessoas que fazem atividades físicas utilizando suplementos e indivíduos que praticam exercícios apenas fazendo uma alimentação adequada. Muitas das vezes, o efeito do suplemento é psicológico. A pessoa apenas acha que está tendo melhora de desempenho por estar tomando algum produto”. 
Opiniões à parte, o fato é que o caso do doping deve ser discutido e encarado com preocupação pelos profissionais do esporte, já que o uso abusivo dessas substâncias traz efeitos adversos graves que podem comprometer a saúde do atleta.


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