No Brasil, como em outros países, a existência de agências especializadas em vigilância sanitária, deve-se à necessidade das sociedades organizadas controlarem e garantirem a qualidade sanitária de produtos e serviços consumidos pela população, de forma a evitar agravos à saúde e contaminação ambiental.
A Toxicologia, como a ciência que abrange todos os aspectos do estudo do efeito adverso de substâncias químicas, é considerada como uma ciência básica e aplicada. As análises toxicológicas, qualquer que seja a área da toxicologia a que se destinam, envolvem detecção, identificação e quantificação das substâncias relevantes do ponto de vista toxicológico e a interpretação dos resultados. Esta ciência abrange a monitorização terapêutica, a monitorização biológica, o controle antidopagem, o controle da farmacodependência, assim como análises em substratos não biológicos como ar, alimentos, água, solo, dentre outros.
Os resultados obtidos das análises toxicológicas estabelecem a relação de causa e efeito, ou seja, se houve ou não a intoxicação sobre a qual recai a suspeita e, por este motivo, deve ser gerado à luz de conhecimentos que possibilitem que os mesmos sejam inequívocos e, por conseguinte, o laudo gerado deve ser irrefutável.
Fatores importantes para que o resultado obtido das análises seja confiável: cadeia de custódia, que envolve a documentação desde a coleta da amostra até a obtenção dos resultados finais das análises; manuseio correto das amostras; correta identificação de cada amostra recebida e integridade da mesma.
As matrizes biológicas utilizadas na caracterização da exposição humana, em testes in vivo, são: urina, plasma, sangue, saliva e cabelo, podendo ser utilizadas matrizes alternativas como suor, unha, mecônio, tecidos e cabelos de recém-nascidos, como exemplifica a verificação de suspeição de exposição intra-uterina.
As matrizes biológicas normalmente utilizadas na caracterização da exposição humana, em análises post mortem, são: sangue total (aorta, cavidade cardíaca e femoral), humor vítreo e vísceras, como fígado e rins, e cérebro.
As análises toxicológicas têm como finalidade:
• Estudar Métodos Analíticos para a Determinação de Drogas de Abuso. Desenvolver metodologias analíticas empregando as técnicas de cromatografia em fase gasosa e técnicas de extração e preparação de amostras para a determinação de drogas de abuso lícitas e ilícitas em amostras biológicas. Investigar a presença de drogas de abuso em amostras biológicas alternativas. Determinação de drogas de abuso em amostras biológicas postmortem. Avaliar correlações entre o abuso de drogas ilícitas e causas de mortes, como por exemplo, o caso recente da morte da cantora britânica Amy Winehouse.
• Análise de Metais em Alimentos e Fluidos Biológicos. Especiação química de metais e semi-metais. Estudo de dieta total e estimativa de ingestão diária de elementos essenciais e tóxicos através de dados de consumo alimentar médio.
• Biomonitoramento – Avaliação de Populações Expostas a Metais e seus Efeitos. Efeitos no sistema cardiovascular e nervoso. Utilização de biomarcadores de dose interna que não requerem coleta invasiva. Avaliação de biomarcadores de susceptibilidade. Influência de fatores genéticos (polimorfismos genéticos) e nutricionais na toxicologia de alguns metais como mercúrio, cádmio, chumbo, arsênio, manganês. Estabelecimento de valores de referência para metais tóxicos e essencias em populações.
• Análise de Fármacos e Medicamentos. Utilização de técnicas modernas de análise (eletroforese capilar, cromatografia liquida acoplada a espectrometria de massas) e de preparação de amostras (microextração em fase sólida e microextração em fase líquida) no desenvolvimento de métodos de análise de fármacos e metabólitos visando aplicação em estudos de disposição cinética e metabolismo.
Fontes: http://www.anvisa.gov.br/reblas/pesquisa_toxicologia_forense.pdf
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/creditoins.htm
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/creditoins.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário